7 de nov. de 2010

Câncer de mama: mulheres jovens não estão imunes

Equipe Oncoguia


As mulheres mais jovens não consideram o risco de desenvolver o câncer de mama. Porém, apesar do número ser significativamente inferior aos casos de mulheres com idade superior a 40 anos, todas precisam estar cientes dos fatores de risco da doença.

Fatores de Risco

Há vários fatores que podem colocar em risco a saúde da mama da mulher jovem, confira:

• Casos de câncer de mama na família, principalmente, mãe e irmã;
• Exposição a radiação no região do peito antes dos 40 anos;
• Índice Gail igual ou superior a 1,7%; (O índice Gail é utilizado para avaliar os riscos de câncer de mama de acordo com o histórico familiar de câncer de mama, idade da primeira menstruação, da primeira gestação, entre outros fatores que identificam as chances de desenvolver câncer nos próximos 5 anos);
• Outros fatores:  uso excessivo de álcool, alto consumo de carne vermelha, mamas densas e obesidade.

Diagnóstico

O diagnóstico de câncer de mama em mulheres jovens é mais difícil, geralmente o tecido mamário é mais denso comparado com o de mulheres com mais idade  dificultando a identificação de nódulos e quando são diagnosticados, a doença poderá já estar em estágio avançado.

Além disso, o câncer de mama em mulheres jovens pode ser agressivo e menos propenso a responder ao tratamento. As mulheres jovens que são diagnosticadas com a doença têm maior probabilidade de ser portadoras de  um gene mutado (alterado)denominado BRCA1 ou BRCA2.

Atrasos no diagnóstico de câncer de mama também são um problema. Muitas mulheres jovens com câncer de mama ignoraram os sinais de alerta - como um nódulo na mama - porque acreditam ser jovens demais para ter a doença, por outro lado alguns profissionais da saúde inexperientes podem considerar o nódulo inofensivo e adotar a conduta expectante (esperar para ver).

Existe prevenção para o câncer de mama em mulheres jovens?

Embora ainda não exista nenhuma medida preventiva comprovada para evitar o câncer de mama, a detecção precoce e o tratamento imediato, podem melhorar significativamente as chances de sobrevivência da mulher diagnosticada com a doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 95% das mulheres cujo câncer de mama se encontra numa fase inicial pode ser curada.

Educação salvando vidas

Quando a mulher é educada desde cedo a cuidar de sua saúde, ela naturalmente tende a cuidar-se mais, reparar mais em algumas alterações ou problemas e ainda em caso de doença ter maiores chances de cura. É o caso da administradora de empresas, Camila de Almeida, 31 anos, que está em tratamento de câncer de mama “eu fazia exames preventivos a cada 6 meses, tenho casos de diversos cânceres na família, descobri o meu no autoexame das mamas”.



A constatação do dignóstico foi um dos momentos mais difícil para a jovem paciente, “achei que não fosse suportar o tratamento”.  Hoje Camila tem uma vida normal, e como sempre cuidando da saúde. O impacto da notícia não impediu que ela deixasse de lado a vaidade “Por ser uma pessoa muito vaidosa, quando soube que a perda do cabelo seria inevitável tive um grande auxílio da minha família nesta fase para que eu pudesse ter a melhor peruca, sempre usar maquiagem para que os outros nunca dissessem que eu estava doente”.

• As opções de tratamento incluem a cirurgia, que envolve a remoção do nódulo ou uma mastectomia, que é a retirada total da mama.
• As sessões de quimioterapia costumam ser recomendadas após a cirurgia para ajudar a destruir as células cancerígenas remanescentes e prevenir a recidiva (aparecer de novo).
• A radioterapia é usada geralmente na sequência de uma mastectomia.

No caso da Camila, a quimioterapia veio antes da cirurgia, “Meu tratamento foi feito através da redução do tumor primeiro com a quimioterapia, depois fiz a cirurgia para retirada e colocação da prótese e por fim a radioterapia pelo fato da idade, agora irei iniciar a hormonioterapia por 5 anos”.

Mamografia: em que idade?

Em geral, mamografias regulares não são recomendadas para mulheres com menos de 40 anos, em parte, porque o tecido da mama tende a ser mais denso em mulheres jovens, dando como resultado exames menos confiáveis  como instrumento de triagem.

Além disso, a maioria dos especialistas acreditam que o baixo risco de desenvolver câncer de mama em idade jovem, não justifica a exposição à radiação ou o custo da mamografia. No entanto, mamografias são recomendadas para mulheres mais jovens com um histórico familiar de câncer de mama e outros fatores de risco.


Ainda existe a crença que mulheres jovens estão livres do câncer de mama. E isso é realmente um grande mito, porque para ter câncer de mama, basta ser mulher.

Por Priscilla Arantes
Jornalismo Oncoguia

3 comentários:

António Je. Batalha disse...

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